Quando 15 anos parecem um século
Vamos supor que exista uma máquina capaz de mandá-lo de volta ao passado, algo parecido com o túnel do tempo, para lembrar a clássica série de TV dos anos 60. Você entra e ajusta os controles para o ano 2000. Parece uma boa data: longe o suficiente para provocar saudade, mas não a ponto de causar estranheza. As rádios tocavam “Amor I Love You”, da Marisa Monte, as salas de cinema exibiam“Gladiador” e a novela das nove era “Laços de Família”, aquela da cena na qual a Carolina Dieckmann chora copiosamente enquanto raspa a cabeça.Familiar, não?
Nem tanto. Para a tecnologia, meu amigo, 15 anos podem parecer um século. Você logo perceberia isso ao colocar a mão no bolso e dar por falta do seu smartphone. O que aconteceu? Esses aparelhos simplesmente não existiam. O iPhone, por exemplo, só surgiu em 2007 e o Galaxy, em 2009. Nada de aplicativos, portanto. Você teria de encontrar outra maneira de chamar o táxi, pedir comida, checar o trânsito… WhatsApp? Nem pensar. Também é de 2009. Contente-se com o ICQ, que então tinha perto de 100 milhões de usuários, ou teste uma novidade lançada pela Microsoft apenas um ano antes, em 99: o MSN Messenger.
Mas veja o lado positivo: se tivesse voltado meses antes, teria de reviver toda a tensão do “bug do milênio”, a falha de computador que então ameaçava derrubar aviões, deixar a população sem luz, implodir o sistema financeiro mundial… Tudo no noite de 31 de dezembro de 99, quando um erro relativo à data provocaria uma pane global. Para evitar o desastre, as empresas gastaram dinheiro em software e consultoria, mas ao fim nada de grave aconteceu.
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Fonte: Valor Econômico.